Os 150 anos de Pará de Minas e uma pequena parte desta história

André Alves Miranda
Diretor Assistente
Não sou tão velho, mas nem tão novo assim. Se a vida começa aos 50, estou bem longe dela começar.
Vivo em Pará de Minas há bastante tempo, a não ser o tempo em que fui estudar na capital, como era costume dos jovens da época e acredito que ainda seja, o restante da minha vida se passa em terras patafufas.
Como é bom lembrar do Colégio das Irmãs, do Fernando Otávio, das professoras que vigiavam o portão e conferiam o uniforme. Camisa, calça e tênis tinham que estar de acordo com as regras, caso contrário você voltava para casa. E o interessante era passar pelo portão. Depois não podia dar “bandeira” no recreio.
Quando você saía da 8ª série (sei lá se ainda tem essa nomeclatura) e ia pro segundo grau, a fama dos professores os precedia. O “Edgar pega pesado”, “as provas da Maria Cézar são difíceis”, “o Pedro Moreira não dá moleza não!”.
Como dizia Renato Russo, “nos perderemos entre monstros da nossa própria criação...”.
Treinávamos para marchar no dia 20 de setembro, e a expectativa era muito boa. Horas e horas debaixo de sol forte “o bumbo bate no pé direito”, como era bom.
Uma cidade agradável, um clima maravilhoso, “nossa vc é de Pará de Minas , lá tem muita mulher bonita”, e o orgulho de ser pará-minense, paraense (seja como for o gentílico, não vou entrar nessa briga) se fazia presente em nossos corações.
Amigos eram trazidos para as festas e ficavam encantados com a cidade, e com as meninas.
A casa ficava cheia e lugar para dormir não era problema, qualquer canto que você achasse seria um hotel 5 estrelas, o que valia era a companhia. (Até rimou)
A turma tinha camisa, organização e cada um seu apelido silcado nas costas, você era único. Mexer com um era mexer com todos. Hoje cada um tem seus afazeres, sua vida.
A vida passa tão rápido, e daqui a pouco estaremos comemorando 200 anos, quem estará lá? Será que deixaremos uma marca para a Pará de Minas do ano 2059?
Fizemos parte de Pará de Minas, fomos jovens que hoje são os trintões, quarentões são advogados, farmacêuticos, veterinários, engenheiros, empresários que ajudam a escrever um pouco a história de Pará de Minas.
Há nas montanhas do Oeste
Uma terra altaneira, suave
e feliz.
Onde serena e agreste
Toda a natureza encanta e
bendiz.
Seus filhos cantam vitória
Trabalham e lutam com ardor varonil
Sempre nimbada de glória
Dos homens ilustres que dá ao
Brasil.
Parabéns, Pará de Minas!