Canto do Página

Ditos & bichos...


Pedro Moreira
Professor de Português, revisor, consultor e escritor
Minha inteligente leitora Juliana (Loja Mr. Baby) adora ditos populares, especialmente aqueles que envolvem nomes de bichos. Por isso me sugere ocupar o Canto de Página de hoje com essas saborosas pílulas de sabor filosófico e moralista, presentes em todos os momentos e lugares. Com a colaboração de Juliana, segue uma centena:

Dar com os burros n'água. Engolir sapos e lagartos. Cutucar onça com vara curta. Chorar lágrimas de crocodilo. Receber abraço de tamanduá. Bom cabrito não berra. A cobra vai fumar. Um gambá cheira outro. De grão em grão a galinha enche o papo. Em rio que tem piranha, tartaruga nada de costas e macaco bebe água no canudinho. Não quero saber quem pintou a zebra; só quero o resto da tinta. Enquanto os cães ladram, a caravana passa. Soltar a franga. Ser picado pela mosca azul. Quem não tem cachorro caça como gato. Matar um leão por dia. Colocar a carroça à frente dos bois. Chuva e sol, casamento da raposa. Nada a ver com o peixe. Pagar o pato. Já estar com o burrinho à sombra. Procurar chifre em cabeça de cavalo. Dar nome aos bois. Alguém ter escorpião no bolso. O homem é o lobo do homem. Vai-se o carneiro, vai-se a lã. Matar a galinha dos ovos de ouro. Chegar a hora de a onça beber água. Matar cachorro a grito. Levar o assunto para o caminho dos porcos. Tirar o cavalinho da chuva. É aí que a porca torce o rabo. Filho de peixe peixinho é. Ficar com a parte do leão. Cachorro picado de cobra tem medo de lingüiça. Cavalo arreado só passa uma vez. Arrumar um bode expiatório. Quando o gato sai, o rato faz a festa. Quem vai pôr o guizo no pescoço do gato? Jogar o sapo n'água. Em boca fechada não entra mosquito. Falar muito e dar bom-dia a cavalo. Tem dente de coelho nesta história. Vender (comprar) gato por lebre. Cada um vende seu peixe. Puxar a brasa pra sua sardinha. O olho do dono é que engorda a boiada. Dar zebra. No tempo que se amarrava cachorro com lingüiça. Tirar coelho da cartola. Cada macaco no seu galho. Gaivota em terra, tempestade no mar. Pegar o boi pelos chifres. Ficar no mato sem cachorro. Gato escaldado tem medo de água fria. Cutucar caixa de marimbondo. A cavalo dado não se olham os dentes. Em festa de jacu, nhambu não entra. Mandar alguém amolar o boi. Ser vaquinha de presépio. Um olho no peixe, outro no gato. Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. Laranja madura em beira de estrada, ou tem marimbondo, ou tá bichada. Cabrito tomar conta da horta. Uma andorinha só não faz verão. Pra burro só falta pena. Cão que ladra não morde. Voltar à vaca fria. Onde passa um boi passa uma boiada. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Mandar alguém pentear macaco. Deus não deu asas à cobra. Caiu na rede, é peixe. O mar não está para peixe. Não mudar de opinião nem que a vaca tussa. Sentir-se peixe fora d'água. Enquanto houver cavalo, São Jorge não andará a pé. Dar um boi para não entrar na briga; uma boiada para não sair. O peixe morre pela boca. O castigo vem a cavalo. Mais vale um pássaro na mão que dois voando. À noite todos os gatos são pardos. Preferir um cachorro amigo a um amigo cachorro. Ouvir o galo cantar e não saber onde. Vender algo a preço de galinha morta. Ser espanador metido a pavão. Ficar rico com a mão do gato. Ser amigo da onça. Ensinar o "pulo do gato". Cair feito um patinho na lagoa. Comer mosca. Conversa pra boi dormir. Só se nascer dente na galinha. Entrar boi na linha. Ter minhoca na cabeça. Nada de novo: muita galinha e pouco ovo. Pedro Moreira é professor de Português, revisor, consultor, autor dos livros Casos & Coisas do Pará Antigo, Cronicontos e O Pássaro e a Dona & Outros Textos.
Março 2007