Opinião

O dinheiro de plástico



Geraldo Morais dos Anjos
Geraldo Morais dos Anjos
Diretor Comercial/Expansão
O dinheiro de plástico começa a dar sinais de estar vencendo a batalha na guerra contra os cheques pré-datados, a mais tradicional modalidade de venda a prazo no País. Pesquisa feita por administradoras de cartão mostrou que nos últimos quatro anos os cheques “para segurar”, o “bom para” estão em queda no total das compras nos supermercados. No mesmo período, o uso de cartões cresce continuamente. Os volume de negócios no primeiro ano do Plano Real foi de R$ 5,7 bilhões. Ano passado, chegou a superar a casa dos R$40 bilhões.

Os cartões, antes reservados a “clientes especiais”, agora tem uma maior penetração na classe trabalhadora, permitindo rapidez nos atendimentos para os usuários e certeza de recebimento para o empresário. Um grande obstáculo a ser superado por esta “moeda” é a taxa de administração. Pequenos estabelecimentos pagam até 5% do volume das compras para a administradora do cartão de crédito. É bem mais do que pagamos aos bancos para descontar cheques pré-datados. A taxa dos cartões de débito é mais baixa, mas ainda é alta e diminui sua utilização.

No passado, o pré-datado servia como uma maneira de contornar a burocracia necessária para fazer compras a crédito. O lojista não analisava os dados do comprador antes de uma venda a prazo. Considerava que o cliente era bom porque, afinal, um banco havia confiado nele a ponto de dar-lhe um talão. O pré-datado era econômico para o comerciante, que não precisava criar um departamento específico para cuidar do crediário para o cliente. Hoje o cheque não é um instrumento confiável de recebimento. Sua liquidez está seriamente abalada, portanto aumentar o uso do cartão, estendendo-o a camadas de rendas antes inacessíveis, é um fomento à atividade comercial, blindando o comércio contra a inadimplência, agilizando operações de venda, diminuindo a burocracia para o comerciante e constrangimentos ao consumidor na abertura de crédito.

Cabe a entidades de classes, como a Ascipam, procurar alternativas viáveis, com custos atraentes, que disseminem o uso de cartão, de maneira que seus associados se beneficiem deste moderno instrumento de operação comercial.