Plano Real chega na adolescência com grande maturidade

Na velocidade do tempo, o 1º de julho reavivou em nossa memória as fortes lembranças da implantação do Plano Real. Quinze anos se passaram desde a troca de moeda no Brasil, e o que era medo e especulação, transformou-se na estabilização da economia nacional. Quem tem menos de 30 anos talvez não entenda que houve uma época em que os preços aumentavam 1,5% ao dia. Nos supermercados, muitas eram as contratações de funcionários para remarcação de preços, pois os valores mudavam praticamente de hora em hora. Em dezembro de 1993, por exemplo, o tomate da nossa salada registrou um reajuste de 100%. E, ainda por cima, com agrotóxico. A inflação acabava com os salários e consumia a riqueza nacional.

Hoje, o “dragão” é uma realidade contada apenas em livros de história, a ponto de quase apagar-se da memória coletiva. O mérito do Plano Real é de ter sido o único programa anti-inflacionário que obteve o êxito de estabilizar a economia. Mas, como nem tudo são flores, enxergamos como ponto fraco do programa de estabilização a política monetária de câmbio flutuante que supervalorizou a moeda nacional, causando enormes prejuízos nas exportações o que, de certa forma, onerou os produtos nacionais.

Lembramos, no entanto, que, embora depois de 15 anos, a polêmica sobre os juros pareça ser a maior consequência das mudanças promovidas pelo Real. É preciso realçar, segundo os próprios economistas, que o Brasil cresceu quase 47% de 1994 a 2008. Ressalte-se também, que a maior herança do Plano Real tem sido a sua preservação pelos governos, ou seja, entra presidente, sai presidente, e o Plano continua em ação.

Discussões econômicas e filosóficas à parte, certo mesmo é que o Brasil foi dormir de um jeito em 94 e acordou um país completamente diferente no dia seguinte. Como será a economia daqui a mais 15 anos? Difícil dizer, mas, com certeza, quem continuar trabalhando muito até lá terá uma boa vantagem sobre os novos concorrentes. E assim, renovamos nosso compromisso com o futuro...

Julho de 2009